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Prefeitos e Bancada Federal de Rondônia reconhecem risco das eleições com a pandemia

Na noite desta segunda-feira (1º), parlamentares federais e prefeitos de Rondônia debaterem a proposta de adiamento das eleições municipais deste ano. A reunião foi convocada pelo presidente da Associação Rondoniense de Municípios (AROM), Claudio Santos, e ainda contou a participação do presidente da Confederação Nacional de Município (CNM), Glademir Aroldi. Mais de 30 prefeitos e 7 deputados federais conversaram sobre o assunto por videoconferência.

Os prefeitos de Rondônia, e de todo Brasil, defendem que as eleições não podem ocorrer em outubro, nem em dezembro como tramita hoje no congresso, devido a razões de saúde pública; o pouco prazo para o devido encerramento e transição de mandato e os impactos econômicos gerados pela pandemia do novo coronavírus.

O presidente Claudio abriu a reunião parabenizando a Bancada Federal pela atuação frente a pandemia. “Quero destacar o empenho dessa bancada federal para com o povo de Rondônia, que destinou ao Governo do Estado a emenda de R$ 22 milhões para auxiliar os municípios no combate ao coronavírus. E convém frisar que tiveram a sensibilidade de consultar os prefeitos e prefeitas para conhecer sobre as reais necessidades e, somente após, decidirem sobre a destinação desse recurso”, disse Santos.

Apesar de divergências quanto as datas, os parlamentares são favoráveis ao adiamento das eleições neste ano. “Uma maioria no congresso tem a esperança que quando chegar o mês de novembro, a pandemia já esteja controlada e as eleições possam ocorrer em dezembro, mas, condicionadas a um parecer do Ministério da Saúde sobre a evolução do ciclo de transmissão desse vírus. Porém, a minha posição é para que as eleições ocorram em julho de 2021. Já unificação dos mandatos deve ser um debate para um próximo pleito eleitoral”, destacou deputado Federal Lúcio Mosquini, coordenador da Bancada Federal de Rondônia.

As deputadas Jaqueline Cassol e Silvia Cristina reconhecem que o cenário é delicado e que cabe o debate para o adiamento das eleições. Por outro lado, elas defendem ainda não ser o momento para discutir a unificação dos mandatos.

O presidente da CNM, Glademir Aroldi, lembrou que o fator econômico, agravado ainda mais com a pandemia, inviabiliza o pleito eleitoral deste ano. “O Brasil, numa situação normal, não tem condições de bancar o custo alto da eleição. Imagine em uma situação de pandemia como a que estamos vivendo neste momento”, reforçou.

Para avançar no tema, a questão deve ser melhor debatida com a sociedade, defende o Deputado Léo Moraes. “O consenso no congresso é de adiar as eleições e não de prorrogar ou unificar o mandado. Para avançar nesse tema é necessário um maior debate com a população e, quem sabe, numa outra legislatura esse debate seja possível”, disse.

Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, enfatizou que o aumento dos casos de covd-19 em Rondônia é preocupante e necessita de ações enérgicas. “Eu compreendo que é um debate polêmico, mas se o adiamento das eleições for necessário para contermos o vírus, essa decisão precisará ser tomada urgente”, alertou.

“E hoje não existe ambiente que assegure quem está no mandato, quem pretende concorrer ou até mesmo para o eleitor. São mais de 30 mil sepultamentos no Brasil causados por essa pandemia. Eu penso que a questão é humanitária, é de saúde pública. Não há clima para se pensar em eleição”, defendeu professor Ribamar, prefeito de Colorado do Oeste.

 

A deputada Mariana Carvalho lamentou que neste período em que os prefeitos estão buscando garantir a saúde de suas comunidades, ainda tenham de conviver com uma oposição que tenta tirar proveito da fragilidade momentânea. “Isso me preocupa, pois acaba favorecendo equivocadamente a opinião pública e prejudicando o andamento das eleições. Portanto, não é justo que em 2020 o debate eleitoral gire em torno da pandemia, visto que existem tantas outras questões importantes que pautam as eleições municipais”, destacou.

Sensível à causa dos prefeitos, o deputado Coronel Chrisóstomo se mostrou favorável ao adiamento e a unificação. “Temos uma PEC para adiar e unificar as eleições. Não há condições de realizar o pleito neste ano. E o Congresso precisa pensar nisso”, defendeu.

Também favorável ao adiamento das eleições, o deputado Expedito Netto dedicou apoio aos prefeitos. “Eu sou favor que se estenda, no mínimo, para o ano que vem e longe dessa dificuldade que estamos vivendo. Ser prefeito nesse momento é ser herói. Parabéns pelo trabalho que vocês estão fazendo”, elogiou o parlamentar.

No Brasil, já são 529.405 casos confirmados e 30.058 óbitos por covid-19. Em Rondônia o número de infectados é de 4.942 e 156 óbitos e a previsão de quando será o pico da pandemia no Estado diverge entre os especialistas.