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AROM defende adiamento de aplicação de provas do Enem

As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previstas para este domingo (17) e para o próximo (24), têm levantado um intenso debate sobre a viabilidade da aplicação devido aos riscos de infecção pela Covid-19 e prejuízos aos inscritos, principalmente de escolas públicas, que não tiveram condições de ensino adequadas em decorrência da suspensão das aulas presenciais. Neste sentido, a Associação Rondoniense de Municípios (AROM) defende o adiamento das provas.

Foto: André Melo Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo

A prova já foi reagendada em função da pandemia da Covid-19. Agora, 5,78 milhões de estudantes farão o exame em busca de notas para ingressar em muitas universidades públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e para obter bolsas em instituições de ensino superior particulares, pelo ProUni. Em uma enquete organizada pelo MEC com os inscritos no Enem 2020 em junho do ano passado, 50% afirmaram que a melhor data para o Enem seria maio de 2021, enquanto 36% preferiam janeiro.

Com a nova elevação dos casos, muitos municípios, e até estados inteiros, vivem uma segunda onda da doença, com aumento expressivo do número de contaminados. Em Rondônia, somente no dia 14 de janeiro foram registrados mais de 1,2 mil casos da doença e 11 mortes.

Para a entidade municipalista, aglomerar estudantes em salas de aulas para a realização de uma prova, que pode ser adiada, pode acelerar ainda mais o processo de contaminação. Especialistas defendem que, mesmo pessoas que já tiveram a doença, podem ainda ser meio de transporte e levar o vírus para outras pessoas. Portanto, é inseguro aplicar as provas enquanto não houver vacinação em massa contra a covid-19.

Por outro lado, é necessário também observar o aspecto educacional. Vários estudantes, principalmente da rede pública de ensino, não tiveram acesso à internet para estudar desde o início do período de ensino remoto, prejudicando todo a preparação para o Exame. Com isso, a desigualdade educacional aumentou, fazendo com que esses alunos tenham menos condições de tirar boas notas na prova.

Ainda, em Rondônia os municípios estão classificados por fase, sendo a primeira mais restritiva e a quarta mais flexível. São situações que colocam em dúvida a segurança sanitária para a realização do exame. A entidade ressalta que vários gestores já recorreram à Justiça para o adiamento das provas, mas obtiveram resultado negativo. Estão na fase mais restritiva, em que pode abrir apenas os serviços essenciais, os municípios: Espigão D’Oeste; Cerejeiras e Colorado do Oeste.

Assessoria AROM