Conass e Conasems recomendam suspensão de cirurgias eletivas por causa do aumento de casos de covid-19
Os Conselhos Nacionais das Secretarias de Saúde (Conass) e o das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) publicaram uma nota conjunta recomendando a suspensão das cirurgias eletivas enquanto não houver a regularidade do abastecimento de medicamentos, em quantidade suficiente e em tempo oportuno, e a diminuição do número de casos e de internações pela Covid-19. No documento, os conselhos recomendam ainda a realização dos procedimentos cirúrgicos eletivas que, em caso da não realização, possam causar dando aos pacientes, como as oncológicas, cardíacas e os transplantes de órgãos.
Os conselhos levam em consideração que o aumento exponencial do número de pacientes infectados com a covid-19; a ocupação de leitos para internação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTI); o uso de medicamentos para intubação e a manutenção de ventilação mecânica para tratamento desses pacientes; o cenário de dificuldades na reposição de estoque dessas classes de medicamentos na maioria dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) do país e as dificuldades na abertura de novos leitos, em caráter de emergência, frente à demanda de realização de ventilação mecânica invasiva em outros estabelecimentos tais como UPA, Hospital de Pequeno Porte (HPP), etc.
Confira a nota na íntegra
Considerando o recrudescimento da pandemia da Covid-19 no Brasil, com o aumento exponencial do número de pacientes que requerem cuidados hospitalares, o que acarreta o aumento da necessidade de leitos para internação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTI);
Considerando o aumento abrupto do consumo de medicamentos utilizados na intubação oro traqueal – IOT (“kit intubação” – sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares) e na manutenção de ventilação mecânica para suporte ventilatório e prolongada permanência nas UTIs, e que esses medicamentos são essenciais na manutenção dos pacientes graves em insuficiência respiratória, e na continuidade e operação dos leitos de UTI;
Considerando o cenário de dificuldades na reposição de estoque dessas classes de medicamentos na maioria dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) do país;
Considerando as dificuldades na abertura de novos leitos, em caráter de emergência, frente à demanda de realização de ventilação mecânica invasiva em outros estabelecimentos tais como UPA, Hospital de Pequeno Porte (HPP), etc.
Vimos RECOMENDAR A SUSPENSÃO DAS CIRURGIAS ELETIVAS, por meio da presente Nota, enquanto não houver a regularidade do abastecimento desses medicamentos, em quantidade suficiente e em tempo oportuno, e a diminuição do número de casos e de internações pela Covid-19. Devem ser mantidas, entretanto, as cirurgias eletivas inadiáveis, cuja não realização possa causar dano permanente ao paciente, tais como as oncológicas, cardíacas e os transplantes de órgãos.