Estiagem, queimadas e seca: a situação alarmante do estado de Rondônia
A situação de crise hídrica vem se alastrando pelo estado de Rondônia desde o início de junho, sendo este fenômeno já esperado desde 2023, depois da seca histórica do Rio Madeira, revelando bancos de areia e pequenas montanhas de pedras onde antes havia apenas água. De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), no dia 25 de junho, a cidade de Porto Velho completou um mês sem registro de chuva, levando os moradores a enfrentarem altas temperaturas e tempo seco.
O governo de Rondônia publicou um decreto declarando emergência em razão do período crítico de estiagem enfrentado no estado. O decreto foi publicado no dia 4 de junho no Diário Oficial do Estado de Rondônia (DIOF). Os efeitos da crise hídrica que assola o estado são desdobramentos do fenômeno El Niño, que provoca secas severas nas regiões que atinge. A anomalia climática está sobre a região Norte do Brasil desde o ano passado, gerando inúmeros prejuízos socioeconômicos e afetando a qualidade de vida das pessoas.
No dia 19 de julho, o Governo Federal publicou, no Diário Oficial da União, a Portaria nº 2.545 de 18 de julho de 2024, declarando estado de emergência para 18 municípios do estado de Rondônia em decorrência da situação alarmante de estiagem; o reconhecimento permite a mobilização de recursos federais para ajudar os municípios. Segundo dados da Defesa Civil, os principais rios do estado (Candeias, Guaporé, Jamari, Mamoré, Machado, Madeira e Pirarara) estão com os níveis abaixo da média histórica para o período de estiagem.
Com registros constantes de níveis alarmantes de umidade do ar e focos de incêndio constantes em todo o território estadual, a população de Rondônia respira com dificuldade. Segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), há um foco de incêndio no Parque Estadual de Guajará-Mirim que dura 13 dias e já consumiu boa parte da vegetação local. Equipes da Prevfogo, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), do Batalhão da Polícia Ambiental e da Polícia Militar moveram efetivo de pessoas e meios terrestres para atuar no combate às chamas. Em Porto Velho, incêndios em terrenos baldios mobilizam forças do corpo de bombeiros; um deles, ao lado do Hospital do Amor, na BR-364, centro de tratamento de câncer que é referência no estado. Em Cujubim, um foco de incêndio próximo da Linha 8 devastou aproximadamente 20 hectares de pastagem.
A Associação Rondoniense de Municípios (AROM) reforça que Rondônia precisa, além de ajuda e contribuição dos órgãos públicos, do apoio e consciência da população, visto que uma parcela destes focos de incêndio são de origem humana.
Assessoria AROM.