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AROM reúne órgãos de fiscalização e estaduais para falar sobre aumento nos casos de Covid-19 em Rondônia

A discussão foi voltada a possíveis soluções e prevenções para que Rondônia não sofra novos fechamentos e problemas com falta de UTI.

A pandemia do Coronavírus teve uma diminuição considerável de casos, após a vacinação em massa da população, porém, desde o início de setembro, os números de casos ativos, internados e óbitos relacionados à doença voltaram a aumentar. Por conta disso, a Associação Rondoniense de Municípios (AROM) promoveu uma reunião com as autoridades dos municípios, estaduais e órgãos de fiscalização para chegar a soluções que diminuam a possibilidade de uma quarta onda de alto contágio da Covid-19.

“Nós fizemos essa reunião devido a preocupação relacionada a essa pandemia. É importante conversar com as autoridades e estarmos todos alinhados, os municípios, o estado e os órgãos de controle para acharmos soluções realmente efetivas e que serão aplicadas por todos”, falou Célio Lang, presidente da AROM e prefeito de Urupá.

A reunião teve presença em massa de representantes municipais e técnicos e também a participação dos mesmos, onde cada um explanou os cenários de seus municípios, exaltando as dificuldades e as formas de enfrentamento de cada um.

O auditor de controle externo do TCE-RO, Regis Ximenes, fez uma rápida apresentação mostrando a evolução da Covid-19 em Rondônia no último ano. De acordo com levantamento do tribunal, houve um aumento de 67% dos casos de setembro até a penúltima semana de novembro. Por região de saúde, o maior número se concentra em Vale do Jamari, destacando Ariquemes como o município com mais infectados e internados.

No levantamento mostra que as prováveis causas do aumento são a liberação de grandes aglomerações, a diminuição de testagens e de vacinação, aparecimento de novas variantes e relaxamento das medidas sanitárias.

As recomendações do TCE-RO, apoiadas pelos demais órgãos de fiscalização, são o acompanhamento de perto do crescimento de casos, aumentar o número de leitos disponíveis, realizar medidas junto aos comércios e outros setores para incentivar a vacinação e continuar o incentivo para testagem e vacinação.

O secretário estadual de saúde, Fernando Máximo, explicou que o cenário da Covid-19 em Rondônia teve um importante aumento de casos ativos e que o número de internados ainda não é tão alto, mas tem grande possibilidade de aumentar.

“Os novos casos estão subindo de forma intensa. Antes estávamos com menos de dois óbitos por dia, agora já estamos com uma média de mais de 3. Em março, época do menor número de casos em Rondônia, tivemos 660 casos ativos e hoje estamos com 2911”, explicou.

Ele ressaltou que a maior dificuldade no momento é convencer a população que ainda não tomou a primeira e a segunda doses a ir se vacinar. “Temos 180 mil pessoas que não tomaram a primeira dose e mais de 300 mil que não tomaram a segunda, ou seja, estão com o ciclo vacinal incompleto. Precisamos trazer essas pessoas para que vacinem, esse é o primeiro passo para vermos uma diminuição nesses números”.

Outra questão que o secretário disse ser essencial é manter as regras de segurança sanitária, incluindo o uso de máscaras dentro e fora de estabelecimentos e o uso de álcool em gel. “Nós já estamos nos movimentando, procurando abrir novos leitos e vendo a possibilidade de contratação de mais servidores da saúde, porém, precisamos que os municípios também estejam preparados, principalmente para a compra de insumos hospitalares e oxigênio”.

Por fim, ele falou que é preciso aumentar o número de testagens. Atualmente, o governo do estado tem feito testes, porém, não há kits de testagem suficientes para distribuir para todos os municípios.

O coronel Gilvander Gregório, diretor-geral da Agevisa, sugeriu a promoção de um “Dia V” de vacinação em todo o estado. De acordo com ele, a Agevisa também está se preparando e procurando ajudar os municípios, adquirindo, por exemplo, freezers para que as secretarias municipais de saúde tenham mais estrutura para o condicionamento dos imunizantes.

O Dr. Paulo Curi, conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) afirmou que o órgão está de portas abertas para ajudar os municípios e o estado no que for necessário para o combate da pandemia. Ele apelou para que os gestores municipais e também autoridades do estado façam o possível a seu alcance para impedir o aumento do contágio.

“Está claro que temos que aprofundar o esforço da vacinação, há necessidade de uma grande campanha e também é preciso retomar as cautelas, as medidas de segurança, evitar aglomeração e incentivar o uso de máscaras”, ressaltou o representante do Tribunal.


Adilson Moreira, procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC-RO), levantou a preocupação com as festividades de fim e de início de ano, como as festas de natal, ano novo e carnaval.

Ele explicou que a ameaça da pandemia traz uma ameaça interna e externa, a primeira e mais preocupante sendo a comportamental. Segundo ele, há muitas pessoas que ainda desacreditam na vacina e deixaram de usar máscaras por acreditar que a pandemia já chegou ao fim, porém, é importante lembrar a população sobre o longo caminho ainda a trilhar para que a pandemia do Coronavírus esteja oficialmente acabada.

O procurador-geral também sugeriu que uma comissão seja montada, capitaneada pelo governo do estado e composta com pessoas dos órgãos de fiscalização e dos municípios para que todos falem a mesma língua no enfrentamento a pandemia.

Como encaminhamento, o secretário Fernando Máximo definiu que as principais estratégias devem ser a testagem em massa para identificar os infectados, o uso de máscara e respeito às regras sanitárias e a cobrança da população e também dos setores do comércio para que as exigências sejam cumpridas e não haja possibilidade de novo fechamento.